06/01/2012

Breve História da Cidade do Porto
Oporto short History


PORTUGUÊS
A área ocupada hoje pelo Porto foi cenário da vida humana desde o Paleolítico superior. Não existe ainda consenso onde surgiu o núcleo da antiga cidade inserindo-se aqui o problema da discussão de Cale e Portucale. Cale (Calem) aparece no Itinerário de Antonino ( séc. II. d.C. ). Para Sousa Machado, Cale será apenas o ponto de passagem entre as duas margens do Douro e terá o sentido de abrigo, isto é, de porto. A Cale os romanos juntaram portus ( Portuscale, Portucale), segundo o mesmo autor, Cale, como povoação arcaica pré-romana não terá existido. Mendes Correia,  situa Cale no morro do Corpo da Guarda, na área mais tarde designada Cividade,  como local de povoamento pré romano que precede o Porto. Perto, o morro de Pena Ventosa, onde se levanta a Sé, teria segundo este autor,  igualmente uma ascendência pré-romana.  Portucale ficaria ainda junto do Douro na zona ribeirinha. Existindo ainda outras opiniões, parece ser consenso admitir a importância do morro de Pena Ventosa na origem da cidade no período pré-romano, na romanização e posteriormente, ( tese mais tradicional ). Imensas descobertas arqueológicas permitem atribuir relevo especial ao morro de Pena Ventosa. Aí, certamente o lugar da antiga Cale e, por isso, a origem do Porto. A confirmar estará a origem da própria palavra, à qual têm  sido atribuídos muitos sentidos, mas que no seu étimo ( Cal, Kal ) significa pedra, rocha, lugar elevado e rochoso, Portuscale   ( do nome romano Portus + Cale), Portucale era de principio o Porto de Cale, que ficava naturalmente, junto do Douro , na foz do rio de Vila. Alguns séculos mais tarde, ( documentalmente desde o 1º quartel do séc. XII, mas na prática já antes ) a cidade passou a designar-se por Portus, Porto com o 1º elemento do nome, caindo a parte final.
De verdade histórica indiscutível, é a existência de dois muros defensivos no Porto, ambos medievais: A muralha dita sueva ( cerca velha ) e a muralha  fernandina  ( cerca nova ), das quais existem ainda hoje vestígios. Situam-se nos mais recuados séculos da idade média a época em que se ergueu a primeira muralha em volta da cidade no modesto povoado castrense  no alto do morro da Pena Ventosa. Atribui-se aos Reis Suevos, a construção dessa primitiva cerca e terá sido sobre os alicerces dessa fortificação sueva , arrasada pelo chefe mouro Almançor em 825 , que o Gascão Moninho Viegas, ( trisavô de Egas Moniz ), ajudado pelos cristãos,   no tempo da Reconquista, mandaria reconstruir os muros do burgo .  Na acção da reconquista  do território aos mouros, conhecida como Presúria do Porto, ( no ano de 868 ), foi importante o papel do Conde de Vimara  Peres, considerado pelos historiadores o " restaurador da cidade de Portucale e fundador da terra portucalense", recordado desde 1968, na estátua equestre erguida junto á catedral portucalense.  Designada também  "Castelo do Porto" em muitos documentos antigos, a cerca velha, data pois, da Alta Idade Média e existia ainda em 1120, aquando da doação do Burgo Portucalense ao Bispo D. Hugo. De facto, no documento de doação de D. Teresa, referem-se territórios "extra muros", que integravam, para além do Castelo propriamente dito, o couto  doado ao primeiro bispo da diocese definitivamente restaurada. Esta cerca primitiva, erguia-se no morro da Pena Ventosa, á volta da Sé e de algumas construções que formavam o núcleo do primeiro burgo portucalense.
No  tempo de D. Afonso Henriques foi o Bispo D. Pedro Pitões que recebeu junto á Sé os cruzados nórdicos que , em 1147, entraram na barra do Douro, convencendo-os a auxiliarem o Rei Português na conquista de Lisboa.
Fonte: Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura da Verbo e Comércio do Porto (Porto Património Mundial.)



ENGLISH
The area now occupied by Port witnessed human life from the Upper Paleolithic. There is also consensus which emerged at the heart of the ancient city is about entering the discussion of the problem and shut Portucale. Cale (Calem) appears in the Itinerary of Antoninus (séc. II. AD). For Sousa Machado, Cale is the only point of passage between the two banks of the Douro and have a sense of shelter, ie port. The Romans joined Portus Cale (Portuscale, Portucale), by the same author, Cale, as archaic pre-Roman settlement will not have existed. Mendes Correia, located on the hillside of Cale's Body Guard in the area later designated Cividade, as a place of settlement before the Roman pre Porto. Near the hill of Pena Ventosa, which raises the Cathedral, had by this author, also a pre-Roman descent. Portucale would also close in the Douro waterfront. There are other views, seems to be consensus to admit the importance of the Pena Ventosa hill behind the town in pre-Roman in romanization and then (more traditional view). Many archaeological discoveries allow special emphasis to the Pena Ventosa hill. There certainly shut the place of the former and therefore the origin of Porto. The confirmation is the origin of the word itself, which have been attributed many meanings but in its etymon (Cal, Kal) means stone, rock, high and rocky place, Portuscale (the Roman name Portus Cale +), was Portucale beginning the Port of Cale, who was of course, with the Douro at the mouth of the river to Vila. Some centuries later, (documented since the 1st quarter of century. XII, but in practice even before) the city has become a Porto, Porto with the 1st part of the name, dropping the final.
Of indisputable historical truth is the existence of two defensive walls in the port, both medieval: The wall itself sueva (some old) and Fernandina wall (some new), of which there are still traces. They are indented in the most centuries in the average age at the time that the first wall was erected around the city in modest village castrense on top of the Pena Ventosa hill. Attaches to the Kings Suevos, the construction of some primitive and have been on the foundations of this fortress sueva, devastated by the head Almançor Moor in 825, the Gascon Moninho Viegas, (trisavô of Egas Moniz), helped by Christians at the time of Reconquista, send rebuild the walls of the village. The action of the reconquest of territory from the Moors, known as Presúria of Porto, (in the year 868), it was important the role of the Count of Vimara Peres, considered by historians the "restorer of the city of Portucale and founder of Portucalense land," recalled since 1968, the equestrian statue erected next to the cathedral Portucalense. Also called "Castle of Porto" in many old documents, some old data because of the High Middle Ages and still existed in 1120, when the gift of the Bishop D. Burgo Portucalense Hugo. Indeed, the document of gift of D. Teresa, refer to territories "extra muros" which includes, in addition to the Castle itself, the Couto donated the first bishop of the diocese finally restored. This almost primitive, stood at the hill of Pena Ventosa, around the Cathedral and some buildings that formed the core of the first village Portucalense.
At the time of D. Afonso Henriques was the Bishop D. Pedro Pitões who received the cross next to the Cathedral Nordic that in 1147, entered the bar of the Douro, persuading them to assist the King in the Portuguese conquest of Lisbon.
Source: Encyclopedia of Luso-Brazilian Culture and Commerce of the Word of Porto (Porto World Heritage.)

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